O imperialismo no Século XIX
A partir da segunda metade do século
XIX, as rivalidades entre as potências mundiais, sobretudo europeias, passaram
a ser traduzidas em acirradas disputas nas mais variadas esferas. Abastecidas
pela industrialização e enveredando pela era dos nacionalismos exacerbados, as
potências trilharam, navegaram e se armaram na disputa por cada palmo de terra
do planeta. Dentro das fronteiras europeias, contudo, havia relativa paz:
frágil, a chamada “paz armada” se esvaiu em aço e sangue em 1914, com a eclosão
da Primeira Guerra Mundial.
Na
caricatura — o imperialismo no século XIX — estão representadas a
Inglaterra, Alemanha, Rússia, França e o Japão (da esq. para dir.) repartindo a
China (esta em desespero ao fundo). Os Estados Unidos, após a Guerra de
Secessão (1861-1865), também partiram para suas conquistas, por meio de
intervenções militares na Ásia e na América Central. O neocolonialismo
agrilhoou milhões, enriqueceu os cofres das potências econômicas e abriu novos
mercados consumidores por todo o planeta.
Um dos
marcos sobre a nova forma de colonização ocorreu na recém-unificada Alemanha,
quando a Conferência de Berlim (1884-1885) redefiniu as novas regras de
partilha do continente africano entre as potências europeias: a África teve seu
território rasgado e repartido entre estas. Na Ásia, a joia da coroa
imperialista era a China e sua grandeza lhe custou caro: os europeus
controlavam a maior parte dos portos chineses, destacando-se os de Hong-Kong,
Xangai e Porto Arthur. A Oceania também foi agrilhoada no processo.
Na virada
do século XX, mais da metade da superfície da Terra pertencia às potências. Sob
o jugo destas e sofrendo os duros efeitos da neocolonização, considerável
porcentagem da população mundial alimentou as indústrias imperialistas com
matéria-prima e mão-de-obra baratas: este processo de expansão econômica
igualmente veio a abrir novos mercados para o escoamento da produção das
metrópoles.
O novo
“surto colonialista” era diferente do empregado nos séculos anteriores: com os
grandes mercados saturados, os empreendedores poderiam investir o excedente de
capital nos territórios ultramarinos — expansão então considerada necessária
para alimentar o desenvolvimento do sistema capitalista. O neocolonialismo
muitas vezes também foi justificado com o questionável argumento de que as
potências seriam responsáveis por levar o progresso científico aos recantos do
globo destituídos das benesses oriundas das inovações tecnológicas e sociais
então em andamento na Europa e na América do Norte.
No centro
das atenções, encontrava-se a Europa, que vivia relativa paz dentro de suas
fronteiras desde a queda de Napoleão, na Batalha de Waterloo (1815). Vários
conflitos ocorreram ao longo do século XIX, mas nenhum generalizado e
destruidor como os do passado.
Entretanto,
os estandartes da era dos impérios eram levados a todos os cantos do globo em
campanhas expansionistas. Após o período conhecido como Paz Armada (final do
séc. XIX até 1914), era deflagrada, em 1914, a Primeira Guerra Mundial: por
meio das armas, as “sociedades civilizadas” tentaram resolver suas diferenças.
disponível em:http://www.museudeimagens.com.br/assinado:A.P
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